Ela casada, aliança na mão direita, ele, solteiro. Ambos colegas de trabalho, a conversa ao pé do ouvido, por parte dela, era porque eles não podiam continuar com aquilo. Ele disse, quero ser livre. Ela questiona o porque ele não está pensando nela e se soubesse que seria assim nunca teria se sujeitado aquilo.
Já até imagino como tudo isso começou. Uma frustração no casamento a levou aquele jogo de sedução nos corredores do trabalho. E-mails trocados? Conversas no MSN? Quem sabe! Mas que tudo aquilo foi concretizado após alguns chopps numa Happy Hour qualquer, isso foi.
É visível que ela quer continuar com aquilo, esta envolvida de mais, se arriscou de mais. Ele não, a consciência o fez perceber, um pouco tarde, que a falta de sobriedade o fez entrar em uma enrascada e que, agora, tenta sair.
Ela quer uma justifica, ele apenas diz: não tem o que explicar, quero ser livre. Livre para que? Ela pergunta. Livre para ficar com outras pessoas, ele responde. E a insatisfação é plantada no rosto daquela mulher.
Ai eu me pergunto: o que uma mulher casada espera de um envolvimento desse tipo? O que se passa na cabeça dela quando cobra satisfação? E o casamento? Os filhos, se tiver? A família?
Ele dá o sinal no ônibus, levanta, diz que não há o que pensar, lhe dá um beijo na testa e desce.
Eu sento ao lado dela e posso sentir o coração batendo mais forte e acelerado, sinto o corpo dele tremer, mas ela não deixa de sorrir. Um sorriso frio e amargo, mas mesmo assim um sorriso.
Descemos no mesmo lugar, ela respira fundo e tenta se recompor. Aceleramos o passo, cada uma para o seu lado, cada uma com o seu motivo. Ela, porque precisa voltar para sua casa, para seu marido, para sua vida. Já eu porque vai chover, mais uma vez em SP.
No caminho me ponho a pensar como valorizamos tanto alguns sentimentos e desejos passageiros, sem avaliar suas conseqüências, mas isso já é assunto para outro post.
Belle
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